“ELE ADMIROU-SE DA INCREDULIDADE DELES” – MARCOS 6:6
Em um dado
momento da vida de J.C. Ryle, o texto de Marcos 6, especificamente o verso 6, o
chama a atenção a ponto de tocar o seu coração e fazer com que o Espírito Santo
o levasse a fazer esse sermão. De fato, é um verso que também deveria chamar a
atenção de todo cristão, pois, se hoje, a incredulidade no meio da igreja tem
um conceito tão escandalizador, como pode o maior homem de todos, o Rei e Salvador,
Jesus Cristo se maravilhar de uma coisa tão rejeitada pelo teu povo? Ryle,
através desse tratado vem nos trazer à luz do entendimento esse trecho em
específico.
John
Charles Ryle (10 de maio de
1816 – 10 de junho de 1900) foi o primeiro Bispo de Liverpool da Igreja
da Inglaterra.
Ryle nasceu em Macclesfield, e foi educado em Eton e
em Christ Church, Oxford. Alcançou um nível de primeira classe em História e
Filosofia Greco-Romana tanto antiga quanto moderna.Ele foi espiritualmente despertado em 1838 enquanto
ouvia a leitura de Efésios 2 na igreja. Foi ordenado pelo Bispo Sumner em
Winchester em 1842.
Sua nomeação para Liverpool foi recomendação do
primeiro-ministro, que estava deixando a chefia de governo, Benjamin
Disraeli. Foi em 1880, com 64 anos de idade, ele tornou-se o primeiro bispo de
Liverpool.
Inteiramente evangélico em sua doutrina e intransigente
em seus princípios, J.C. Ryle foi um escritor prolífico, um vigoroso pregador e
um pastor fiel. Entre suas obras mais longas são Christian Leaders of the
Eighteenth Century (1869), Expository Thoughts on the Gospels (7 vols,
1856-69), Principles for Churchmen (1884), e Santidade. Retirou-se em 1900, aos 83 anos, e morreu depois no
mesmo ano.
A respeito do que está escrito desta passagem, segundo
Ryle, podemos considerar 2 pontos: I – A
natureza da incredulidade. “o que é isso?”; II – Por que a incredulidade é tão admirável. “Por que o Senhor Jesus
admirou-se dela?”. Vejamos!
I –
A natureza da incredulidade. “o que é isso?”
Segundo Ryle, a incredulidade é: “Recusar-se em admitir a verdade da Palavra revelada de Deus, e viver
como se nós não pensássemos que era para dependermos desta Palavra, é a
essência da incredulidade. Incredulidade é a mais antiga de muitas doenças espirituais pelas quais a natureza humana é afligida.”
Como exemplo disso, na bíblia, temos a história de Adão
e Eva, Nóe e o dilúvio, Sodoma e Gomorra, o povo de Israel no deserto e, por
fim, a destruição da Igreja e do Estado Judeu. Tudo por causa da Incredulidade (Indicado
também a leitura de João 3:18,36; Marcos 16:16; João 8:24). Além do pecado, a
incredulidade é o que arruína as almas (Mateus 12:31; 1 João 1:7; Isaías1:18). É necessário ter fé para receber misericórdia e a vida. Mas, toda ruína
da incredulidade se resume em João 5:40 – “ E não quereis vir a mim para terdes vida”.
Nesses dias, a incredulidade é uma das doenças
espirituais mais comuns, pois ela é reconhecida como sinal de inteligência, intelectualidade
e mente atenta. Alguns acreditam que a
incredulidade vem da cabeça, pois não se aceita mais “aquilo que não se pode
entender” como por exemplo – Milagres, Trindade, Expiação, a Ressurreição e etc. “Aquele que confessa sua crença em tudo
que está contido na Bíblia deve se dispor a receber sorrisos desdenhosos e ser
considerado um homem fraco e ignorante.”Alguns creem que a incredulidade
vem do coração – “Eles amam os pecados e
hábitos de vida que a Bíblia condena, e estão determinados a não abandoná-los. Eles se
refugiam de uma consciência pesada ao tentarem convencer a si mesmos de que o
antigo Livro não é verdadeiro. Já outros, acreditam que vem de uma vontade preguiçosa
– “Eles não gostam de nenhum tipo de
problema. Porque deveriam eles negar a si mesmos, se esforçarem para ler a
Bíblia, orar, observar o Dia de Descanso, e exercer vigilância diligente sobre
pensamentos, palavras e ações quando, afinal, não é certo que a Bíblia é
verdadeira?”. Não devemos ficar surpreendidos ao ver em todo canto, traços
da incredulidade. A bíblia nos adverte que isso acontecerá nos últimos dias (
Recomendo a leitura de 2 Pedro 3:3; Lucas 18:8). “Esta incredulidade é precisamente o que a Bíblia do meu pai me disse
para esperar. Se eu não me deparasse com nenhuma incredulidade este Livro não seria
verdadeiro.”
“Mágoa, doença, e aflição, frequentemente revelam
o estranho fato de que os ditos céticos não são céticos de jeito nenhum, e que
muitos falam de ceticismo meramente por um desejo de parecerem inteligentes, e
para ganhar o aplauso temporário de homens inteligentes. Que há uma imensa
quantidade de incredulidade no mundo eu não questiono; mas que muito disto é
mero espetáculo e fingimento, é para minha mente, claro como o meio-dia.”
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