sábado, 6 de dezembro de 2014

Incredulidade: Uma Maravilha (Parte 2)

II. Perguntemos agora, porque a incredulidade é tão admirável. O que há nela que fez até mesmo o Senhor Jesus Cristo o Filho de Deus se admirar?
Os Judeus, desde sempre foram ensinados a acreditar nas leis de Móises, acreditar em milagres e a crer no Messias, mas quando, de fato, eles viram esses milagres e estiveram perto do Filho de Deus, da porta do céu e não desfrutaram disso e nem sequer entraram por essa por porta, ou seja, os milagres aconteciam diante de seus olhos, mas não criam, devemos entender que esse fato, por si só, já é extremamente surpreendente! Mas, procuremos nos aprofundar um pouco mais.
(1) - Por um lado, incredulidade é uma doença espiritual peculiar aos filhos de Adão. É um hábito da alma inteiramente confinada ao homem. Anjos e espíritos caídos aguardam, em seus respectivos lugares, a Ressurreição do Todo Poderoso e o julgamento, ou seja, ambos tem algo em comum, eles creem (Tiago 2:9; Mateus 8:29). Mas, como dizia J. C. Ryle – Mas o homem, o homem vivente, é a única criatura inteligente que é incrédula!Não há incredulidade no túmulo. Voltaire agora sabe que há um Deus que odeia o pecado; e David Hume agora sabe se há um inferno eterno.
(2) Por outro lado, a incredulidade é incrível quando se considera sua arrogância e presunção. Pois, afinal, quão pouco o mais sábio dos homens sabe; e nenhum é mais pronto a confessá-lo do que eles mesmos. Quão enormemente ignorante a maior parte da humanidade é, se examinada a medida de seu conhecimento. É melhor ao homem não saber e reconhecer isso, do que achar que sabe alguma coisa, pois é daí que surge a presunção, a arrogância e os falsos ensinamentos que são um dos pilares da incredulidade (percebe-se muito isso nos desigrejados). Já dizia Confúcio – Saber que sabemos o que sabemos, e que não sabemos o que não sabemos, esta é a verdadeira sabedoria”. Ryle, também dizia - “Mas quando um homem fala que ele está incomodado com um sentimento cético e descrente sobre o Cristianismo, quando ele provavelmente nunca estudou uma dúzia de páginas de Butler, ou Paley, ou Chalmers, ou McIlvaine, ou o Bispo Daniel Wilson, e nunca pensou profundamente sobre religião, absolutamente, é impossível evitar a conclusão de que uma das coisas mais curiosas em tanta incredulidade é uma incrível presunção.” “Milhares, eu estou convencido, nestes dias, não sabem nada do Santo Livro o qual eles fingem desprezar e são totalmente ignorantes a respeito da verdadeira natureza que aquele Cristianismo o qual eles fingem que não podem acreditar.”  “Muito do ceticismo dos dias atuais, se peneirado e analisado, seriam encontrados à brotar da total ignorância das primárias evidências do Cristianismo.
(3) “A incredulidade é admirável quando você considera como a vasta maioria daqueles que a professam a deixam e finalmente desistem dela.” Raramente, um homem deixa este mundo incrédulo, pois na morte este necessita de um conforto e segurança que os prazeres de sua vida jamais lhe deram por um longo tempo. Veem o quanto irracionais foram e quanto se isolaram da verdade, evitando pensar nela. E ali, chegam na conclusão de que o quão inúteis foram seus sistemas ideológicos, pois não providenciaram conforto quando mais lhe fora preciso. Mas a verdadeira maravilha da incredulidade é que quanto mais essas coisas acontecem, mais o homem não a vê e mais céticos aparecem.
Diante deste sermão de Ryle, se faz necessário que, com suas palavras, se termine este devocional – “De todas as doenças espirituais pelas quais o homem caído é afligido, não há nenhuma verdadeiramente admirável e irracional como a incredulidade.” Mas, também como cristão devemos nos atentar para o que o autor fala – Nós não somos, nenhum de nós, mais do que meio despertos!.. Se os crentes fossem mais cuidadosos, reais e sinceros em sua fé, haveria bem menos incredulidade no mundo!”

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