II. Perguntemos agora, porque a
incredulidade é tão admirável. O que há nela que fez até mesmo o
Senhor Jesus Cristo o Filho de Deus se admirar?
Os Judeus, desde sempre foram ensinados a acreditar
nas leis de Móises, acreditar em milagres e a crer no Messias, mas quando, de
fato, eles viram esses milagres e estiveram perto do Filho de Deus, da porta do
céu e não desfrutaram disso e nem sequer entraram por essa por porta, ou seja,
os milagres aconteciam diante de seus olhos, mas não criam, devemos entender
que esse fato, por si só, já é extremamente surpreendente! Mas, procuremos nos
aprofundar um pouco mais.
(1) - Por um lado,
incredulidade é uma doença espiritual peculiar aos filhos de Adão. É um hábito
da alma inteiramente confinada ao homem. Anjos e espíritos caídos aguardam, em seus respectivos
lugares, a Ressurreição do Todo Poderoso e o julgamento, ou seja, ambos tem
algo em comum, eles creem (Tiago 2:9; Mateus 8:29). Mas, como dizia J. C. Ryle –
“Mas o homem, o homem vivente, é a única
criatura inteligente que é incrédula!” – “Não há incredulidade no túmulo. Voltaire agora sabe que há um Deus que
odeia o pecado; e David Hume agora sabe se há um inferno eterno.”
(2) Por outro lado, a
incredulidade é incrível quando se considera sua arrogância e presunção. Pois, afinal, quão pouco o mais sábio dos homens
sabe; e nenhum é mais pronto a confessá-lo do que eles mesmos. Quão enormemente
ignorante a maior parte da humanidade é, se examinada a medida de seu
conhecimento. É melhor ao homem não saber e reconhecer isso, do que achar que
sabe alguma coisa, pois é daí que surge a presunção, a arrogância e os falsos
ensinamentos que são um dos pilares da incredulidade (percebe-se muito isso nos
desigrejados). Já dizia Confúcio – “
Saber que sabemos o que sabemos, e que não sabemos o que não sabemos, esta é a
verdadeira sabedoria”. Ryle, também dizia - “Mas quando um homem fala que ele está incomodado com um sentimento
cético e descrente sobre o Cristianismo, quando ele provavelmente nunca estudou
uma dúzia de páginas de Butler, ou Paley, ou Chalmers, ou McIlvaine, ou o Bispo
Daniel Wilson, e nunca pensou profundamente sobre religião, absolutamente, é impossível
evitar a conclusão de que uma das coisas mais curiosas em tanta incredulidade é
uma incrível presunção.” “Milhares, eu estou convencido, nestes dias, não sabem
nada do Santo Livro o qual eles fingem desprezar e são totalmente ignorantes a
respeito da verdadeira natureza que aquele Cristianismo o qual eles fingem que
não podem acreditar.” “Muito do ceticismo
dos dias atuais, se peneirado e analisado, seriam encontrados à brotar da total
ignorância das primárias evidências do Cristianismo.”
(3) “A incredulidade é admirável
quando você considera como a vasta maioria daqueles que a professam a deixam e
finalmente desistem dela.” Raramente,
um homem deixa este mundo incrédulo, pois na morte este necessita de um
conforto e segurança que os prazeres de sua vida jamais lhe deram por um longo
tempo. Veem o quanto irracionais foram e quanto se isolaram da verdade,
evitando pensar nela. E ali, chegam na conclusão de que o quão inúteis foram
seus sistemas ideológicos, pois não providenciaram conforto quando mais lhe
fora preciso. Mas a verdadeira maravilha da incredulidade é que quanto mais
essas coisas acontecem, mais o homem não a vê e mais céticos aparecem.
Diante deste sermão
de Ryle, se faz necessário que, com suas palavras, se termine este devocional –
“De todas as doenças espirituais pelas
quais o homem caído é afligido, não há nenhuma verdadeiramente admirável e
irracional como a incredulidade.” Mas, também como cristão devemos nos atentar
para o que o autor fala – “Nós não
somos, nenhum de nós, mais do que meio despertos!.. Se os crentes fossem mais cuidadosos,
reais e sinceros em sua fé, haveria bem menos incredulidade no mundo!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário